faço moldes da vida costuro várias idéias alinhavo sentimentos vagos prego botões sobre cada receio deixo presa na bainha da saia entre as fendas a paixão fulminante teço o tesão noturno e bordo alegria num zigue-zague de carinhos inexplicáveis ...
Imagem de Corinne Lewis
sempre os presságios um provérbio mal escrito no muro desbotado
ao som do violino a borboleta de asa negra entra pela janela aberta voa voa e se debate assustada com a porta que range
passos no meio da noite de lua cheia acorda o corvo pousado no galho seco da árvore
pequenos sinos e correntes se tocam ao movimento da velha carruagem que se perde na longa estrada
no circo abandonado lona rasgada envelhecida apenas goteira e tristeza
o palhaço em silêncio solitário no picadeiro aguarda o luto da mulher de vestido negro olhar gótico encoberto por um véu viúva do poeta suicida do cabelo undercut
sem eira nem beira passado ou futuro a vida adormece no manicômio mental
segunda-feira, 23 de julho de 2012
des(monto) quebra-cabeças mudo os móveis de lugar re(viro) velho baú des(embaraço) os cabelos des(ato) nós teço com fios redes na varanda faço malabarismos diários devaneio ao anoitecer